Entenda como e porque priorizar a construção de uma comissão

Com a vigência da Lei Anticorrupção, desde 2014, e a ascensão das questões ESG, com foco em Governança, a criação de comissões de ética dentro das empresas passou a ser prioridade para as práticas de gestão de risco e compliance.

A promoção da ética deixou de ser apenas uma questão moral secundária para ser diagnosticada como ação indispensável à sobrevivência das empresas. A formulação de princípios, monitoramento e conscientização de ações torna possível identificar desvios que extrapolam os limites da competitividade saudável e distorcem a função social da atividade.

Esse monitoramento de atividades e aculturamento dos profissionais é feito, também, por uma comissão de ética.

Formada por um grupo de trabalho representativo, multissetorial e multinível, criado com o objetivo de ser uma instância consultiva, investigativa e educacional em relação às posturas aceitáveis dentro de uma organização, a comissão tem, sobretudo, a responsabilidade de zelar pelo capital e reputação da organização, visto que ações duvidosas podem prejudicar a organização com multas significativas e um mau posicionamento no mercado. 

Uma das atribuições mais importantes da comissão de ética é elaborar o código de ética da companhia: um guia de conduta, materializado para que a empresa registre oficialmente seus princípios e, dessa forma, norteie o comportamento competitivo dos funcionários quanto aos limites de honestidade, ordem jurídica e retidão.

Organização da Comissão Ética

Essa comissão deve ser formada por, pelo menos, um representante da área de Gestão de Pessoas, um do Jurídico, um de Compliance e um de Auditoria Interna, sendo que todos esses membros devem ter nível sênior, com maturidade e autonomia suficientes para tomar decisões e autorizar investigações.

No quadro de atividades desses profissionais consta:

  • Implantar um código de ética na organização.
  • Destacar, aos colaboradores, o fortalecimento institucional que ocorre sempre que seus membros agem dentro dos padrões de conduta da empresa — o que pode ser feito por meio de campanhas de endomarketing.
  • Idealizar a realização de programas de treinamento e conscientização, com conteúdos específicos para cada um dos setores (Jurídico, Contabilidade, Vendas e outros).
  • Buscar meios de capacitar os tomadores de decisão para que todas as suas ações estratégicas sejam adotadas dentro de padrões éticos, morais e legais.
  • Promover um clima ético na organização, enaltecendo valores intangíveis — como honestidade, lisura e justiça — como essenciais ao trabalho de todos.

A falta de ética além de configurar corrupção, pode seriamente prejudicar a imagem da empresa perante clientes e stakeholders. Uma comissão de ética pode, também, atuar diagnosticando alterações da reputação da marca e realizando ações para reverter a situação.

Benefícios de Criar uma Comissão – e fazer a coisa certa!

Assim como as pessoas são estigmatizadas de acordo com a forma com que agem socialmente, as empresas também são rapidamente associadas a sua postura no mercado. Por exercer uma certa função reguladora dessa “personalidade corporativa”, a comissão de ética gera benefícios significativos à organização, como:

  • Auxílio na proteção da reputação da marca.
  • Provisão e segurança jurídica e moral aos colaboradores e gestores.
  • Alinhamento dos procedimentos da empresa.
  • Fornecimento de consultoria e esclarecimento de dúvidas de âmbito ético-legal.
  • Contribuição para o aumento da responsabilidade corporativa quanto ao seu compromisso com as questões ESG (responsabilidades ambientais, sociais e de governança). 

Não importa o segmento do seu negócio, se você ocupa um cargo de gestão e sente a necessidade de conciliar posturas pessoais aos valores da sua corporação, é hora de pensar em formar uma comissão de ética.

Se a empresa está crescendo e você precisa delegar tarefas, também é um momento oportuno para montar uma comissão de ética. E se a empresa atua com contratos com entes públicos (ou pensa em ter no futuro), criar uma comissão e um código de ética é necessário. 

Prejuízos de não investir (de verdade) em gestão da ética

Uma empresa é um organismo vivo, composto por sistemas que se interconectam, os quais, ainda que interdependentes, dispõem de atuação minimamente autônoma para macular a imagem da organização — muitas vezes, de forma irreversível.

Multas milionárias, suspensão de atividades, profissionais desmotivados, perda da confiança na reputação da empresa e até, denúncia de gestores. Essas são apenas algumas das consequências nocivas que costumam ocorrer quando os gestores não adotam uma postura proativa diante da questão da ética.

A importância dos serviços GRC (Governança, Riscos e Compliance)

A complexidade da questão tem feito com que muitas organizações recorram a serviços especializados em avaliação de riscos e controles internos, análise de maturidade de processos, due diligence, auditorias internas investigativas, entre tantas outras soluções customizadas de conformidade.

Nessa parceria, empresas com imensa bagagem em ética empresarial e compliance assessoram as comissões na elaboração de códigos de conduta, bem como no desenvolvimento de uma cultura organizacional ética, sensibilizando seus membros mediante cursos, palestras, treinamentos, adequação de processos à legislação e auditorias,

De fato, não investir na gestão e em uma comissão de ética deixa a empresa vulnerável por suas falhas. Mitigar riscos é a opção mais inteligente nesse momento. 

Consulte a equipe de Governança, Riscos, Compliance & Legal da Vexia para sanar qualquer dúvida e esclarecimentos sobre como é possível apoiá-lo nesse processo. 

Temos uma equipe especializada, com expertise em Programas de Integridade, Comissão de ética, Due Diligences, Homologação de Fornecedores e Canal de Ética.