Bottom-up ou top-down: você já ouviu falar nesses termos? Esses são dois modelos de gestão que ajudam a tomar decisões e organizar informações para diversas finalidades dentro de uma empresa. Ambas as abordagens facilitam a administração de fatos e conhecimentos para que sejam aproveitados de uma maneira melhor, garantindo um sistema de hierarquia e prioridades.
O uso desses modelos de gestão é bastante amplo — são úteis para realizar projeções financeiras, montar estratégias de gestão de entregas, lidar com informações e processos criativos, entre outros. Também ajudam a superar possíveis problemas no fluxo de caixa e no orçamento de maneira adequada. Então, que tal conhecer mais sobre bottom-up e top-down?
Com a leitura deste artigo você poderá compreender o que significa cada um desses modelos e como eles funcionam, conhecendo suas principais vantagens. Também vamos ajudar você a identificar qual é a abordagem mais indicada para o seu negócio. Vamos lá?
Bottom-up
Bottom-up significa “de baixo para cima”. Essa análise ocorre do específico para o amplo.
Por exemplo, se a empresa estiver realizando uma projeção financeira, ela começará baseando-se no serviço ou no produto da empresa. A partir da solução que a companhia oferece, elabora-se uma previsão do que será necessário para levar a oferta ao mercado, como o número de funcionários, estrutura de fábrica e assim por diante.
Nesse método é possível examinar pontos como despesas específicas de um departamento e capacidade de produção, analisando potenciais mercados para projetar vendas com mais precisão.
Em outras palavras, o modelo bottom-up é um processo de análise de informações que parte da compreensão de assuntos individuais para que, a partir daí, seja possível ter um entendimento do todo.
Se observamos bem, essa é a maneira como o nosso cérebro age em diversos casos. Recebemos fragmentos de histórias e, conforme temos acesso a mais e mais fatos, juntamos todos eles até formar um enredo completo que faça sentido.
Top-down
Top-down significa “de cima para baixo”. Esse tipo de análise acontece do amplo para o específico.
Para o lançamento de um produto, por exemplo, essa abordagem tem início na avaliação do setor como um todo. Depois de determinar o tamanho da sua área de atuação, a empresa observará as tendências de mercado e estimará quantas pessoas estarão dispostas a comprar sua solução. Só depois é que se chegará aos pontos fortes e fracos da própria companhia.
No modelo top-down, parte-se da visão geral de um tema para que, em seguida, seja possível compreender cada assunto que forma esse todo. É feita uma subdivisão do maior (ou mais alto) para o menor (ou mais baixo) para chegar a um entendimento amplo do que está sendo analisado.
Na sequência, veremos outros exemplos para facilitar a compreensão desses dois modelos. Continue acompanhando para compreender as vantagens de cada abordagem de gestão.
Aplicação dos modelos bottom-up e top-down na gestão de uma empresa
NPS (Net Promoter Score)
Net Promoter Score é uma métrica que visa medir a satisfação e lealdade dos clientes. Quando a pesquisa ocorre por meio do modelo bottom-up, os dados são coletados no contato com o consumidor — no momento da transação, por exemplo.
Já na abordagem top-down as informações são coletadas periodicamente. Nesse caso, pesquisas são realizadas de tempos em tempos, pegando amostras do público, assim como ocorre com o censo da população.
Tomadas de decisões
Os modelos bottom-up e top-down também podem ser utilizados no contexto de tomadas de decisões. Uma tomada de decisão bottom-up é aquela em que a empresa reúne um grupo de pessoas para chegar a um direcionamento.
Já no modelo top-down um diretor ou gerente fica encarregado da escolha e esse direcionamento se reflete nas camadas hierárquicas seguintes.
Gestão de entregas
A gestão de entregas também costuma utilizar bottom-up ou top-down para resolver problemas. Digamos que uma companhia esteja atrasando o frete de produtos e, com isso, perdendo clientes fiéis.
A abordagem bottom-up pode reunir todos os motoristas para ouvir a opinião de cada um e, assim, compreender o cenário como um todo. A partir daí, buscam-se alternativas e possibilidades de melhorias para resolver os problemas nas entregas, chegando a um consenso do que deve ser feito.
Já a abordagem top-down pode contar com a decisão rápida de contratar mais frota e equipe. Ou, ainda, pode coletar feedbacks de clientes periodicamente, gerando estatísticas capazes de fornecer um diagnóstico da situação. Com os números em mãos e tendo uma visão do todo, a companhia parte para a investigação de problemas específicos, como frota, equipe de entregadores, prazo prometido de entrega etc. De qualquer modo, no modelo top-down a decisão fica por conta de um gestor.
Principais vantagens de cada abordagem
Bottom-up
As principais vantagens do modelo bottom-up são:
- tende a ser mais democrático nas tomadas de decisões, ouvindo a opinião de todas as partes envolvidas;
- nas vendas, é útil para quando a empresa já tem um produto mas não sabe para quem vender;
- permite investigar custos e, a partir deles, definir um novo orçamento;
- tende a ser mais detalhado e completo.
Top-down
As principais vantagens do modelo top-down são:
- tende a ser mais ágil nas tomadas de decisões;
- é ideal para estudar mercados e encontrar brechas de atuação;
- permite trabalhar com um orçamento definido e, a partir dele, partir para centros de custos específicos;
- tende a ser mais rápido e prático.
Principais fatores para a escolha do modelo ideal
Porte da empresa
De início, as pequenas empresas costumam ter mais facilidade para aplicar o modelo bottom-up, já que existem menos fatores para serem analisados. Sendo assim, a tendência é que o dia a dia das grandes empresas seja baseado em decisões top-down.
No entanto, é importante não ficar engessado. Grandes negócios também necessitam de análises bottom-up de tempos em tempos. Da mesma forma, pequenas empresas precisam utilizar o modelo top-down em certas decisões se quiserem crescer com agilidade.
Objetivos de mercado
Quando uma empresa já tem produtos e serviços consolidados e deseja expandir ainda mais sua atuação, o modelo bottom-up pode ser bastante útil. Isso porque ele parte da análise das forças internas da organização para buscar novas oportunidades.
Por outro lado, quando uma companhia deseja explorar um novo mercado ou público-alvo e ainda não sabe qual solução lançar, o modelo top-down pode ser mais adequado. Nesse caso, os empreendedores terão uma visão ampla do mercado, o que permitirá encontrar espaço para atuar.
Urgência
A abordagem top-down deve ser usada quando o cenário exigir uma tomada rápida de decisão ou quando houver dados e relatórios disponíveis. Já as mudanças de longo prazo combinam mais com o modelo bottom-up, pois essa análise envolve um debate mais longo e aprofundado.
No fim das contas, pode-se perceber que o bom senso é um grande aliado na hora de determinar se a empresa utilizará bottom-up ou top-down. O importante é que os gestores estejam abertos aos dois modelos, já que ambos podem ser extremamente úteis, cada um no momento certo.
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