O ano de 2019 será de foco na transformação digital. Neste artigo mostramos qual é o papel do CIO nessa área e sua importância no processo.

Entender o mercado global é prerrogativa básica para ter sucesso como CIO. A expectativa para o cenário mundial é de incertezas, tanto para o setor de TI quanto para outras áreas. Um exemplo é a economia chinesa, que cresceu 6,6% em 2018, equivalente a 13,2 trilhões de dólares. A previsão para esse ano ainda está sendo definida pelo governo chinês, porque a guerra comercial com os Estados Unidos gera tensões e já impacta os resultados alcançados.

Nos EUA, a alta foi de 4,2% no segundo trimestre de 2018, últimos dados obtidos até a produção deste artigo. Apesar de ambos os países continuarem em progressão, em vez de retração, a guerra comercial entre eles deve influenciar os rumos dos investimentos e das economias.

A boa notícia é que a alta da economia mundial será puxada pelos chamados países emergentes, como o Brasil. O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera uma elevação de 3,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do mundo. Somente na área de TI, os gastos, segundo a Gartner, devem chegar a 3,8 trilhões de dólares em 2019.

Nesse contexto, é necessário compreender o papel do CIO, quais são seus desafios e as oportunidades que surgem nesse contexto. É o que vamos apresentar neste artigo. Confira!

Um panorama do mercado atual de tecnologia no Brasil

Se os dados mundiais são positivos, para o Brasil a expectativa é a mesma. Segundo o Boletim Focus de 11 de janeiro de 2019, a alta do PIB deve ser de 2,57% nesse ano. A inflação, por sua vez, deve ficar em 4,02%, abaixo da meta estipulada de 4,25%.

As expectativas são positivas devido às medidas que o novo governo promete tomar em relação aos ajustes estruturais e reformas necessários, como é o caso da Previdência Social. Esse cenário também aumenta a confiança do investidor, que impacta suas finanças e, consequentemente, a economia do Brasil de maneira geral.

Os analistas do mercado veem o crescimento da economia e esperam a implantação das reformas esperadas. Além disso, a queda do nível de desemprego no final de 2018, que fez o ano fechar em um patamar de 11,6%, indica aquecimento após um período de crise. Como resultado, prevemos muitas oportunidades e a concorrência ainda mais feroz de todos os setores. A velha máxima de quem sobrevive é quem melhor e mais rápido se adequa ao ambiente e não o mais forte (ou maior).

Esse contexto positivo incentiva os empresários a investir. Um estudo da Deloitte indicou que 97% tem esse desejo— a maioria para lançar produtos ou serviços e adotar tecnologias. Isso acontece porque a transformação digital é o foco. O objetivo é reduzir custos e aperfeiçoar os resultados a partir do investimento em ferramentas, como poderemos entender melhor a seguir.

Os maiores desafios dos CIOs em 2019

O momento em 2019 é o da transformação digital. O Chief Information Officer (CIO) começa o ano sendo desafiado. Esse profissional tem um papel ativo para implementar a transformação digital na empresa em que trabalha.

A expectativa é que ele seja requisitado para colocar esse conceito em prática ou, se os executivos de sua empresa ainda não entenderam a importância, para mostrar que a organização será fortemente impactada por esse contexto.

Nesse cenário, é fundamental entender que a transformação digital é mais que adotar ferramentas tecnológicas na organização. É integrar as diversas tecnologias como soluções para as diferentes áreas de negócio, a fim de criar produtos diferenciados, mudar a maneira com que o trabalho é realizado e como o valor é entregue aos consumidores.

Para exercer essa função, é necessário dominar o tema transformação digital e conhecer em certo grau de profundidade as principais tecnologias disruptivas:

Além disso, é importante ter relacionamentos com startups e participar do networking do ecossistema de inovação. Montagem de equipes e metodologia de adoção das novas ferramentas são outros pontos importantes.

Mais além, um dos grandes desafios dos CIOs em 2019 é contribuir para a mudança cultural necessária para que os colaboradores se acostumem a testar o status quo, além de estar em constante experimentação e inovação. Tecnologia é uma das prioridades nas estratégias de crescimento dos negócios. É preciso que os CIOs se posicionem como líderes no que se refere à transformação digital.

Essa necessidade é ainda maior no Brasil, onde a maturidade das empresas brasileiras em relação à transformação ainda é baixa, conforme os dados do Indicador de Transformação da TI, estudo lançado pela IDC, Dell EMC e Intel em 2018. O levantamento atribuiu  43,7 pontos, em média, em uma escala de 0 a 100. Isso significa que os CEOs estão precisando de CIOs que consigam fazer com que sua empresa consiga rapidamente esse patamar.

As oportunidades para os CIOs em 2019

A transformação digital é predominante, inclusive no que se refere aos impactos econômicos. Todas as empresas serão influenciadas em médio ou longo prazo, e os CIOs são forçados a esse novo cenário. Mas o “mundo legacy” ou a “antiga TI” continua: ao mesmo tempo, é preciso aliar a estabilidade da operação e a redução de custos aos novos desafios da transformação digital.

A tecnologia permeia todas as operações das empresas — de marketing e vendas à produção e ao backoffice além de instrumentos de gestão estratégica, operacional e de pessoas. Especialmente após a crise econômica que impactou o Brasil nos últimos anos e a retomada do crescimento esperada, é inadmissível a perda de faturamento, a ocorrência de um problema operacional, o atraso de um projeto ou o vazamento de uma informação pela descontinuidade ou falha de um serviço de TI.

Por outro lado, os custos da TI são relevantes no SG&A das empresas (despesas gerais, administrativas e de vendas). Se vendas dependem do mercado, o SG&A necessita basicamente de ações dos gestores da empresa. Por isso, eles são cada vez mais cobrados pelos conselhos de administração para alcançar a redução desses gastos. Em outras palavras, os CIOs continuam sendo desafiados a entregar mais serviços, com maior estabilidade e com diminuição de custos.

Há organizações que, por considerarem esses dois desafios (transformação digital e gestão da TI) tão grandes e distintos, criam duas áreas. Isso resolve algumas questões, mas gera entre outros problemas de integração. Para os CIOs que estão com os dois desafios, a regra de ouro é reduzir o tempo para gerenciar a área de TI a fim de focar a transformação digital.

Se não for tomada alguma ação, as questões rotineiras continuarão ocupando a maior parte do seu tempo — e a transformação digital vai ficar para depois, o que significa que, provavelmente, não acontecerá. E você será cobrado por isso!

Por isso, é necessário definir o que é estratégico para manter na empresa. Uma arquitetura de infraestrutura em cloud, outsourcing de serviços e gestão de contratos passam a ser mandatários para que a gestão de TI alcance a estabilidade necessária com os custos adequados.

Em suma, o papel do CIO em 2019 é cada vez maior, mais estratégico e mais complexo. É necessário conhecer muito dos negócios da sua empresa, ter uma visão acima do básico das novas tecnologias e dos agentes de inovação. Promover soluções diferenciais, manter a estabilidade das operações e reduzir os custos da operação de TI. Isso tudo junto a uma mudança cultural na organização.

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Este conteúdo foi produzido com a colaboração de Ricardo Gomes de Castro VP ITO, Consulting & Business Development