Trabalho remoto, People Analytics, Employer Branding, indústria 4.0 e Job Rotation são algumas das tendências que estão por vir.

As relações de trabalho estão mudando. Profissionais de gerações diferentes e com visões de mundo também distintas estão convivendo no mesmo ambiente, a economia criativa ganhou força e as novas ferramentas tecnológicas estão trazendo infinitas possibilidades para a gestão de pessoas, mas exigindo também que ela se reinvente e acompanhe essas mudanças.

Por essas e outras, os líderes precisam ficar atentos ao que o mercado promete para o futuro e ao que pode impactar seu relacionamento com os talentos da empresa. Pensando nisso, resolvemos reunir no post de hoje 9 tendências atuais que vão afetar a gestão de pessoas daqui para frente. Acompanhe!

1. Possibilidade de trabalho remoto

Atualmente, não é mais necessário estar fisicamente presente na empresa para realizar um trabalho de qualidade e de alto rendimento. O trabalho remoto, seja como freelancer ou no modelo home office, já é uma tendência mundial. Só nos Estados Unidos já são 35% dos profissionais ativos trabalhando como freelancers. E a previsão é que esse número aumente em uma escala global, atingindo até profissões que pareciam não permitir a adoção desse sistema de trabalho.

Já existem ferramentas on-line, por exemplo, que permitem que um cirurgião especialista acompanhe uma cirurgia virtualmente, esteja ele em qualquer lugar do mundo. E as tendências em gestão de pessoas precisam se adaptar a essa realidade!

Para começar, o líder deve ser capaz de identificar aquelas funções que podem ser realizadas remotamente. A partir daí, é preciso criar uma estrutura com controle de ponto on-line, montar verdadeiros escritórios virtuais com facilidades para o home office, pensar nos regimes de contrato com profissionais freelancers e assim por diante.

2. People analytics

O mercado já conta com diversos softwares de gestão que auxiliam na análise do comportamento do consumidor. Mas e se a tecnologia também pudesse ajudar as empresas a coletar, entender e organizar dados sobre os seus próprios colaboradores? Pois isso já é possível, tudo graças ao People analytics.

Essa é uma das tendências em gestão de pessoas mais importantes para as empresas no que se refere à retenção de talentos, principalmente para aquelas que lidam com perfis e gerações diferentes, com interesses únicos, muitas vezes difíceis de serem identificados no dia a dia.

A proposta dessa estratégia é coletar todos os dados possíveis sobre os colaboradores para avaliar seu comportamento e suas expectativas. Tudo é feito por meio de um software de gestão ou data scientist com o intuito de contribuir para o processo de tomada de decisões (como uma promoção ou demissão, por exemplo) e entender o que torna os profissionais mais engajados, produtivos e motivados no trabalho.

3. Employer branding

Depois de conhecer bem o colaborador, é preciso criar estratégias para retê-lo. Com origem no marketing, o employer branding foca na conquista dos colaboradores por meio de práticas como:

  • planejamento de carreira em W, que leva em conta as individualidades e a multidisciplinaridade dos funcionários para ampliar as opções de carreira;
  • feedbacks;
  • empoderamento na tomada de decisões;
  • flexibilidade das jornadas de trabalho e promoção de atividades de bem-estar e desenvolvimento pessoal.

4. Adaptação à indústria 4.0

É um erro acreditar que as tendências em gestão de pessoas devem se limitar apenas à área administrativa. A cadeia produtiva também precisa de atenção! E é graças à internet 4.0 que as mudanças têm chegado ao setor. O termo foi criado na Alemanha para definir a união entre processos produtivos e computadores avançados que automatizam funções que antes levavam muito tempo para serem feitas — e mais tempo ainda para serem replicadas.

Hoje, a demanda por um produto pode alcançar nível global. De olho nisso, as empresas precisam investir em tecnologia inteligente para analisar dados, solucionar problemas e produzir não só em grande escala, mas também em um curto espaço de tempo. Tudo isso aumenta a produtividade e reduz os custos.

Vale aqui fazermos uma ressalva: adaptar-se à indústria 4.0 não é o mesmo que eliminar o capital humano — o que significaria perda de espaço no mercado de trabalho para os profissionais. Muito pelo contrário, as empresas devem integrar as pessoas ainda mais aos processos produtivos!

E é nesse sentido que uma boa gestão faz a diferença. É ela que deve identificar as áreas da empresa que podem ser automatizadas ou terceirizadas sem negligenciar os direitos e os empregos de seus profissionais.

5. Aposta no intraempreendedorismo

É visível como o empreendedorismo assumiu um espaço relevante no Brasil. Estima-se que, somente ano passado, o número de empreendedores subiu 26%. Além de fatores como o aumento do desemprego, as empresas possuem um papel de destaque nessa ânsia dos profissionais em abrir o próprio negócio.

Um sistema de trabalho com pouco espaço para inovação, relações baseadas no poder e falta de voz ativa: esse cenário aumenta a vontade de muitos profissionais em não continuarem empregados. E isso é um problema e tanto para a retenção de talentos. Para acabar com esse problema é que chega uma das principais tendências em gestão de pessoas: o intraempreendedorismo, processo que traz uma visão empreendedora aos profissionais para que invistam dentro das organizações e não fora delas.

Na prática, isso é traduzido em forma de processos e técnicas reinventados, mais independência dos liderados na tomada de decisões, desenvolvimento de ideias, produtos e serviços mais inovadores e uma postura mais competitiva. Além de resultados melhores, tudo isso traz mais motivação e produtividade à equipe.

6. Laboratórios de brainstorm

Imagine ter um espaço na sua empresa apenas para que os colaboradores possam desenvolver novas ideias. Pode acreditar: no futuro, a maioria das organizações desenvolverá essa estratégia para incentivar e facilitar o brainstorm.

Afinal de contas, na correria do dia a dia, é difícil para os profissionais encontrar tempo para se reunir ou trocar ideias sem parecer procrastinação. Por isso, tais laboratórios não devem ser apenas ambientes para viabilizar reuniões, mas locais de criação de estratégias, com materiais, tecnologia e, principalmente, tempo disponível.

7. Outsourcing da gestão

Terceirização: só de ouvirem essa palavra, muitos gestores já ficam arrepiados — especialmente quando precisam lidar com sindicatos e direitos trabalhistas. Mas a verdade é que terceirizar não precisa ser algo ruim!

No futuro, tratando-se de gestão de pessoas, isso representará a contratação de consultores que ajudem a melhorar o trabalho dos próprios líderes. São eles que cuidarão da análise da equipe e da organização da rotina de trabalho para destacar pontos críticos e conversar diretamente com colaboradores. Com isso, trarão um novo olhar sobre a empresa que os líderes nem sempre possuem diante de uma rotina tão atribulada.

8. Job rotation

Job rotation (rotatividade no trabalho) já é uma tendência bem forte nas empresas modernas, especialmente em programas de trainee e estágios. A proposta aqui é preparar os profissionais não apenas para cumprirem uma função específica, mas sim para que entendam e lidem adequadamente com diversas áreas e setores do negócio.

Na prática, essa estratégia consiste em dar ao colaborador a oportunidade de trocar de setores se achar necessário vivenciar outras atividades e trabalhar com outras equipes para ampliar seu ponto de vista sobre o negócio que representa. Nessa rotatividade, é possível até mesmo atuar na liderança.

9. Liderança exponencial

As empresas estão imersas em um cenário de constante inovação. A todo momento surgem novas tendências de mercado e demandas dos consumidores 3.0, que exigem líderes exponenciais, prontos para fazerem mudanças. Nesse cenário, aqueles que se apegam a fórmulas gerenciais ultrapassadas correm o risco de fracassar.

Por isso, a informação deve formar a base para a criação dos produtos e serviços, com a inovação fazendo o papel de força motriz na tomada de decisões. Além do mais, a gestão de pessoas tem que ir além da responsabilidade corporativa, integrando a missão da empresa com os interesses sociais.

Para se adaptar mais facilmente a esse mundo hiperconectado e altamente tecnológico, o líder exponencial também deve colocar a capacitação como prioridade em sua atuação, tudo para ir além dos clássicos treinamentos de setor e aprender a lidar a fundo com seus empregados. A tecnologia e o uso estratégico dos dados são grandes aliados nessa empreitada.

Estamos falando aqui não apenas de investir no básico, como pacote Office e internet, mas sim de uma alfabetização digital ampla, com foco na fluência em Tecnologia da Informação.

E você, já conhecia essas tendências em gestão de pessoas? Gostou das dicas? Compartilhe-as com seus amigos nas redes sociais para ampliar o debate sobre o assunto!