A implementação da Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT) vem revolucionando a forma como nos relacionamos com a tecnologia, principalmente no cenário corporativo marcado pelas transformações digitais.
O conceito Internet das Coisas é, sem dúvida, um dos que mais se destaca hoje no mercado. Tendo surgido na passagem do milênio, dos anos 1999 para 2000, incialmente o termo, apresentado por Kevin Ashton, propunha que computadores fossem capazes de prever acontecimentos por meio de dados coletados sem intervenção humana, possibilitando a automatização de diversas atividades.
Hoje, basicamente, um dispositivo com tecnologia de Internet das Coisas consegue se comunicar com outros sistemas por meio de uma conexão sem fio (wireless), transmitindo dados resultando em uma solução digital.
Benefícios da Aplicação da IoT
Na prática, a implementação da IoT representa não só a diminuição de custos, por meio da redução de desperdícios e da otimização do consumo, mas também um nível mais alto de serviço, agregando valores de tempo, lugar, qualidade e informação. A aplicação da internet das coisas é capaz de gerar um serviço mais veloz de transmissão de dados e consequentemente de tomada de decisão, além de maior segurança no armazenamento e análise de dados. A prática facilita também uma das maiores tendências do mercado atual: o trabalho remoto.
São infinitas as possibilidades de aplicação da Internet das Coisas, possivelmente a maioria delas ainda nem descoberta. Confira abaixo 5 exemplos de utilização da Internet das Coisas para o ambiente corporativo que proporcionam eficiência e excelência operacional.
1. Gestão de frotas e suprimentos
O uso de sensores dos mais diversos tipos permite o levantamento de uma quantidade gigante de dados. Com essa infraestrutura implementada, esses dados são processados de forma a produzir informações relevantes para a empresa.
Assim como a gestão de suprimentos, a gestão de frotas é um ótimo exemplo de setor que pode se beneficiar bastante dessa ideia. A verdade é que, em qualquer país, a logística em geral costuma ser um desafio para as empresas. Especificamente no Brasil, sabemos que é uma questão ainda mais complexa. Justamente por isso, colocar a tecnologia de dados para trabalhar a seu favor é fundamental!
A IoT permite que a empresa transforme a cadeia de suprimentos e as operações de logística em um sistema mais eficiente, com foco nas necessidades e na experiência do cliente. Como resultado, as entregas ganham rapidez, as taxas melhoram e a qualidade do serviço aumenta.
Na cadeia de suprimentos, a implementação de sensores, por exemplo, facilita o monitoramento do uso de ativos, possibilitando a otimização dos investimentos. O armazenamento, por sua vez, ganha com a automação de sistemas. Imagine o quanto pode ser economizado com energia em um frigorífico graças a um sistema automatizado de controle de temperatura, por exemplo.
É possível ir além, ao considerar um cenário mais avançado, em que todo o sistema é automatizado, imagine um software gerenciando os produtos nas prateleiras de um supermercado ou loja indicando a necessidade de reposição e até fazendo as solicitações de compras — uma vez que uma prateleira quase vazia geraria uma comunicação direta com o ERP da empresa.
2. Gerenciamento de instalações
As instalações da empresa também têm muito a ganhar com a Internet das Coisas, deixando de ser apenas um local físico para atuar de forma inteligente na própria gestão. Estamos falando dos Smart Buildings ou prédios inteligentes. Nesse caso, um bom exemplo do funcionamento de princípios básicos da IoT é a secretaria virtual.
Com o uso de câmeras e sensores inteligentes, é possível, por exemplo, controlar o acesso de pessoas às instalações, mesmo à distância. Questões energéticas, como iluminação e ar-condicionado também podem ser otimizadas. Com isso, além de reduzir despesas básicas da empresa, a IoT ainda ajuda a construir valores de sustentabilidade corporativa, conceito tão importante nos dias de hoje.
Seja para oferecer um ambiente mais confortável, saudável e seguro ou para otimizar os serviços em geral, a realidade é uma só: são diversos os setores que podem se beneficiar da Internet das Coisas em suas instalações.
3. Mobilidade corporativa e produtividade
A mobilidade corporativa é uma tendência que já vem sendo implementada há algum tempo. O próprio BYOD (Bring Your Own Device), como mostraremos aqui, é parte desse processo. Agora, as empresas passam a vislumbrar os benefícios de um planejamento de mobilidade em parceria com a Internet das Coisas.
Alguns ERPs, sistemas de gestão integrada, e outras plataformas de amplo alcance no mercado já mostram uma aproximação com a IoT, permitindo o levantamento de dados e a integração com diferentes sistemas. A tendência é que todos os dispositivos móveis se tornem fontes de informação relevante e participem ativamente da gestão desses dados. Aqui estão incluídos até os wearables, também conhecidos como tecnologias vestíveis.
Melhorar o desempenho da empresa como um todo é mais do que simplesmente oferecer ferramentas tecnológicas. Também é preciso aumentar a produtividade dos colaboradores. Aí entra o BYOD, um bom exemplo de como tecnologia e produtividade podem caminhar juntas.
Uma vez que os dispositivos móveis já fazem parte do nosso cotidiano, implementá-los aos processos corporativos é um caminho de sucesso. É possível inclusive usar os dados gerados em prol do negócio. Afinal de contas, estamos conectados à internet o tempo todo, gerando informações relevantes e as compartilhando em tempo real. A ideia é usar esses dados, por meio da IoT, para gerar ideias disruptivas em cada processo da empresa.
É preciso entender que a Internet das Coisas proporciona muito mais conhecimento aos colaboradores, seja sobre os produtos ou serviços oferecidos, sobre a própria empresa ou até os clientes. Além da possibilidade de acompanhar a relação entre as partes, construindo um banco de dados rico para embasar qualquer tomada de decisão.
4. Segurança física e virtual
Já falamos brevemente sobre a capacidade de gestão de segurança de Smart Buildings graças à Internet das Coisas. O que acontece é que essa relação entre dados e segurança pode ir muito além, garantindo não só a segurança física dos colaboradores e da empresa como também a segurança virtual.
Já existem softwares capazes de interconectar diversos dispositivos e suas plataformas de gestão em um único lugar, a fim de prevenir situações de risco. A própria privacidade dos dados da empresa deve ser atendida por esses sistemas.
O fato é: a integração da gestão de segurança tem muito a ganhar com os dados oferecidos pela IoT. Com a central gerenciando as instalações a partir de um único local, as informações levantadas geram análises mais eficientes, permitindo uma atuação planejada. Em relação ao ambiente virtual, já existem sistemas capazes de oferecer segurança até mesmo à troca de dados entre dispositivos, sensores e softwares, evitando ataques vindos de fora da empresa.
5. Análise de dados
Não poderíamos deixar de citar a análise de dados, que representa o cérebro de todo esse sistema. Com tantos dispositivos e sensores interligados, são geradas toneladas de dados de grande significância para a empresa. Manualmente, é impossível interpretar tudo isso. Pois é aí que entra a tecnologia, oferecendo processadores extremamente poderosos (inclusive na nuvem) para lidar com esse entrave.
Quem mais tem a ganhar nesse caso é a gestão, que passa a tomar suas decisões com base em indicadores derivados de dados coletados em tempo real. Os números e relatórios que vêm daí são poderosos aliados dos responsáveis pelas escolhas estratégicas de qualquer negócio.
Empresas de varejo se tornam mais eficientes em suas linhas de suprimento e distribuição, quando conhecem melhor o perfil de seus clientes e mercados emergentes. O setor industrial, por sua vez, aumenta constantemente sua eficiência com relatórios de desempenho de seus robôs, automatizando parcelas cada vez maiores de seus processos.
É fundamental entender que, assim como aconteceu na época da revolução industrial com a implementação de máquinas nas linhas de produção, as empresas que não se adaptarem a essa tendência se tornarão obsoletas frente aos concorrentes.