Nos últimos anos, vimos aumentar a busca pela implementação da sustentabilidade nas empresas, principalmente com o reforço global das práticas de ESG no mercado corporativo.
Em um contexto não linear, as companhias que evoluem nesse sentido costumam alcançar mais sucesso. De acordo com um estudo global realizado pela Nielsen, as organizações sustentáveis crescem 4% a mais do que as que ignoram essas pautas, enquanto comandam 65% do total de vendas.
Quer entender como as práticas de sustentabilidade nas empresas estão sendo adotadas e o que elas proporcionam? Confira!
O que é sustentabilidade?
O termo sustentabilidade tem sido tão explorado por instituições e pelos meios de comunicação que por vezes parece vago. Na prática, porém, sua pertinência está mais viva do que nunca. Só é preciso ter cuidado e responsabilidade com a abordagem dada ao tema para não tornar o debate raso e parecer que a organização quer apenas ganhar visibilidade em cima do assunto, e não de fato ter um compromisso.
Seguindo uma visão mais contemporânea, a sustentabilidade funciona como um sistema que integra três valores fundamentais: as pessoas, o planeta e o lucro. Também são conhecidos como os 3 Ps da sustentabilidade: people, planet e profit. Denominação criada por John Elkington, consultor britânico conhecido como pai da sustentabilidade, de Triple Bottom Line.
Proteção ambiental
A atividade humana tem sido bastante nociva ao ecossistema do planeta. As práticas de ESG, principalmente a letra E (environmental), trazem um compromisso por parte das empresas em relação aos danos que elas causam e até de como é possível reverter os prejuízos já causados para a biosfera.
Responsabilidade social
A responsabilidade social é o pilar da sustentabilidade, preocupando-se não apenas com o capital humano da empresa, mas com todas as pessoas que são, direta ou indiretamente, afetadas pelas operações da instituição. Estão incluídos a comunidade local, o consumidor, os parceiros comerciais e a sociedade como um todo.
Nesse sentido, a ação corporativa deve ir além da tentativa de suavizar eventuais impactos negativos à coletividade. É preciso pensar em como podemos melhorar o globo dentro das nossas possibilidades, contribuindo com iniciativas que engrandeçam a educação, cultura, segurança ou a saúde.
Prosperidade econômica
Como supracitado, implementar iniciativas voltadas para a preservação do meio ambiente e a promoção da qualidade de vida das pessoas, apenas beneficia a organização, gerando ainda mais competitividade para a empresa.
De acordo com levantamento feito pela empresa Math Ads, especializada em gestão de mídias digitais, 9 a cada 10 consumidores pesquisam informações da empresa antes de comprar um serviço ou produto: preço, concorrências, comentários, valores da organização e ações das empresas são avaliados constantemente antes do consumidor escolher o que comprar.
Também de acordo com um estudo, desta vez realizado pela Nielsen, com 33.000 pessoas em 60 países diferentes, 66% das pessoas declararam disposição para pagar a mais por produtos e serviços de companhias comprometidas com questões socioambientais. A sustentabilidade já tem um impacto tão grande no mercado que chega a influenciar o valor das ações da companhia.
Em outras palavras: ser sustentável é lucrativo! Aliás, se uma empresa não for lucrativa, ela deixa de ser considerada sustentável.
Muitas grandes empresas já estão conquistando bastante capital com práticas sustentáveis, tais como a reciclagem e a economia de água e energia elétrica. O aspecto econômico também é muito relevante para a sustentabilidade, uma vez que se gerar prejuízo, a iniciativa não dura muito tempo.
Como colocar em prática a sustentabilidade?
1. Avaliar a cadeia de fornecedores
É comum vermos grandes organizações anunciarem rompimento de contrato com parceiros porque estes estão envolvidos em polêmicas que ferem a sustentabilidade. Mas por quê?
A verdade é que a imagem empresarial demora anos para se consolidar e apenas alguns instantes para desmoronar — principalmente na era digital, com o consumidor cada vez mais consciente de tudo o que consome.
Por essas e outras, a escolha de fornecedores deve ser feita de forma criteriosa, levando em conta os valores sociais, econômicos e ambientais que compartilham com os parceiros comerciais. Use sua influência em prol da sustentabilidade.
2. Diminuir o uso de papel
O avanço da tecnologia permite que utilizemos cada vez menos papel e, consequentemente, contribuamos cada vez menos para as emissões de gases poluentes e para o desmatamento. Se for extremamente necessário, inclua o papel reciclado na sua organização.
3. Tirar a certificação ISO 14001
Tem crescido muito, dentro e fora do Brasil, o número de empresas com a certificação ISO 14001. A norma especifica os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental e permite que a organização desenvolva uma estrutura para a proteção do meio ambiente e rápida resposta às mudanças das condições ambientais. E é absolutamente inegável a vital importância do treinamento e da informação nesse processo de transformação dentro da empresa.
4. Usar equipamentos ecoeficientes
Geralmente, equipamentos mais antigos consomem mais energia. Assim, estar atento à utilização de ferramentas e tecnologias mais modernas, com selo de consumo A, pode impulsionar a prática sustentável da empresa. Um exemplo: o uso correto de lâmpadas LED que usam menos energia elétrica do que as comuns.
5. Bom uso dos equipamentos
Muitos equipamentos (como computadores e eletrodomésticos) consomem uma significativa quantidade de energia até mesmo quando são mantidos em modo stand by. Por isso é importante avaliar quais precisam ser desligados, desplugados ou mantidos em operação na dinâmica da sua organização.
6. Buscar fontes alternativas de energia
Sempre que possível, dê preferência ao uso de energias limpas — como é o caso da energia solar e da eólica. E se, por um lado, o investimento financeiro é de longo prazo, os benefícios do ponto de vista da sustentabilidade são imediatos! Inclusive muitos segmentos do mercado já consideram fontes renováveis de energia como um grande investimento financeiro.
7. Pegada de Carbono
Você sabe qual a pegada de carbono da sua empresa?
O cálculo da emissão total de gases de efeito estufa associado às atividades da sua organização pode representar uma oportunidade de prática sustentável da organização. Gases como o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4) são prejudiciais ao meio ambiente e podem ser reduzidos conforme adoção de práticas internas.
Definir procedimentos sustentáveis, transformar modelos antigos e incorporar o tema aos valores empresariais são ações cada vez mais valiosas no mercado corporativo.
Adotar uma postura que visa à sustentabilidade é um grande desafio para qualquer organização, pois faz com que a empresa olhe para além de suas atividades diárias e busque a adequação de seus serviços e produtos às necessidades dos clientes, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento justo e conscientização da sociedade.
A introdução de novas tecnologias tem facilitado o processo para que os negócios cumpram seus papéis de impactar a sociedade positivamente — seja na diminuição do consumo de energia elétrica, reduzindo a poluição nos processos produtivos ou promovendo ações sociais que retornem algo substancial à sociedade.
