Por muitos anos, o conceito de sustentabilidade esteve atrelado à preservação do meio ambiente, tão somente.
Em 1992, a ONU criou a Agenda 21 na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que contou com a presença diplomática de 179 países e teve sede no Rio de Janeiro, Brasil.
Um dos objetivos dessa agenda tinha por nome a “Sustentabilidade”, termo usado para representar um programa de proteção e renovação do meio ambiente, a ser seguido pelos governos de todos os países.
Estávamos em um período de preocupação mundial dada as grandes transformações comportamentais, industriais e digitais, que tinham base na utilização de matéria-prima.
Mas afinal o que é Sustentabilidade?
Todos os recursos existentes são finitos, uma hora acabam, ameaçando o desenvolvimento global e culminando em consequências altíssimas para a sobrevivência do ecossistema.
Apesar de ainda estar altamente relacionado às práticas de substituição de matéria prima, preservação ambiental, reciclagem e ações de reparação, o conceito de sustentabilidade ganhou outras interpretações.
Em meados da década de 1990, John Elkington, autor e consultor britânico, criou a teoria Triple Bottom Line, mais conhecida como os 3P’s: People, planet e profit (em português, pessoas, planeta e lucro), pensamento embrionário do que hoje conhecemos como os compromissos ESG que respaldam o meio ambiente, questões sociais e de governança.
A teoria se baseia no conceito de sustentabilidade que hoje entendemos ir além do meio ambiente: satisfazer nossas necessidades atuais sem comprometer os recursos para as gerações futuras.
Elkington trouxe essa ideia de sustentabilidade também para o ambiente dos negócios. Como gerar prosperidade corporativa prevendo a perenidade da organização? As respostas até então indicam para negócios inovadores com foco em excelência e pautados na valorização da diversidade social, no empenho por boas práticas ambientais e zelo pela gestão eficaz e transparente.
A ideia geral do conceito de sustentabilidade aplicada aos negócios gira em torno da consciência.
A atuação consciente em qualquer âmbito tornou-se também ponto de preferência dos consumidores. Fazendo um recorte nacional, segundo uma pesquisa da Union+Webster, 87% dos brasileiros preferem comprar de empresas sustentáveis.
Por conta dessa evidente preferência de mercado, que cresce a cada ano, os compromissos ESG tornaram-se tendência no globo. Mais empresas despendem recursos internos, planejamentos e inclusive o trabalho de áreas inteiras para construir bons planos de ação a fim de se posicionar sobre essas questões
O mais importante diante desse cenário é o alerta para as empresas e, principalmente, para os consumidores sobre a governança corporativa. Saber avaliar a transparência de uma empresa e se, de fato, ela age e compactua com o que divulga é crucial para não dar créditos a uma organização que tira vantagem dessas questões.
Ser sustentável economicamente passou a ter mais relação com valores, não somente cifras. O que esses valores -bem aplicados- da sua empresa dizem sobre a contribuição para a comunidade que a cerca e sobre as próprias operações?
A jornada rumo ao lucro e à perenidade de atuação virou um quebra-cabeça de muitas peças. Sem a conexão de todas elas, uma empresa carece de bases fortes para se sustentar.