Na era das fusões, aquisições e incorporações, a Due Diligence tem ganhado bastante destaque no mercado.

Due Diligence (ou diligência prévia) trata-se basicamente de uma investigação completa sobre os riscos e as oportunidades envolvendo um negócio. É um processo profundo de estudo, análise e verificação de informações e documentos da corporação.

 

Vivemos uma era de fusões, aquisições e incorporações e, mais do que isso, um momento em que os casos de corrupção e fraudes contábeis inundam as páginas dos noticiários. Nesse cenário, a Due Diligence (diligência prévia) tem ganhado bastante destaque no mercado.

Mas você sabe o que é Due Diligence? Entenda agora mesmo por que esse termo pode mudar a história da sua empresa!

O que é Due Diligence?

A Due Diligence (ou diligência prévia) trata-se basicamente de uma investigação completa sobre os riscos e as oportunidades envolvendo um negócio. É um processo profundo de estudo, análise e verificação de informações e documentos da corporação.

Como resultado da prática, a empresa tem em mãos um raio-x das finanças, dos processos de compliance, das perspectivas de crescimento e até da sua imagem no mercado.

Geralmente relacionado à auditoria de serviços contábeis, esse estudo aprofundado passa também pela averiguação minuciosa de aspectos financeiros, previdenciários, jurídicos, tecnológicos, imobiliários e éticos.

Por que fazer Due Diligence?

Você se lembra dos resultados fantasiosos dos balanços do Banco Santos, obtidos artificialmente por meio de operações de opções flexíveis, que não refletiam de forma alguma a realidade econômico-financeira da instituição?

Agora, imagine se essas fraudes não tivessem sido descobertas e, pior que isso, se outra instituição, sem uma estrutura sólida de Governança, Risco e Compliance (GRC), tivesse sacramentado uma fusão com essa massa falida. Pois é para isso que existe a Due Diligence! Veja mais detalhes a seguir:

Finanças

A principal razão para fazer a diligência prévia é, primeiramente, mitigar riscos em relação a terceiros. Estamos falando de riscos financeiros, já que é possível contratar uma empresa com potencial para gerar um passivo tanto trabalhista como legal.

Imagem

Também existe a questão da imagem, uma vez que um fato negativo pode ser irreversível para a reputação de uma companhia. Imagine se você contrata uma fabricante de materiais que, por sua vez, subcontrata outra empresa envolvida com trabalho análogo ao escravo.

Talentos

Por fim, é importante destacar que muitas empresas também fazem a chamada Due Diligence humana, evitando que eventuais fusões ou aquisições resultem em perda de talentos por diferenças na cultura organizacional, no processo de tomada de decisões ou nos estilos de liderança.

No âmbito do capital humano, a Due Diligence ainda ajuda a identificar gaps de capacitação ou situações de subaproveitamento.

Quais são as vantagens da prática de Due Diligence?

Além da Due Diligence preventiva, que busca evitar uma série de problemas já listados acima, também existem vantagens que ajudam a construir um futuro mais próspero para qualquer negócio.

Posicionamento de mercado

Quanto maior é a quantidade de informações colhidas na diligência prévia, mais facilidade uma organização tem para compreender qual imagem está transmitindo ao mercado. A partir daí, a marca pode tomar medidas conscientes para alterar seu posicionamento, destacando seus benefícios e impactando o público-alvo com maior assertividade.

Projeção para o futuro

Prever os próximos anos de um negócio — ou de um mercado como um todo — é um desafio e tanto! Entretanto, o primeiro passo para que essa projeção seja possível é conhecer tanto a história do empreendimento como a realidade atual.

O processo de diligência prévia faz com que a corporação obtenha uma visão ampla da verdadeira situação do seu negócio, podendo traçar diferentes cenários futuros, do mais pessimista ao mais otimista. Isso tudo facilita o alcance de resultados, bem como as adaptações necessárias para o cumprimento das metas.

Análise da concorrência

A Due Diligence não colhe informações apenas sobre a própria instituição, mas também sobre o mercado e a competição. Ao realizar um estudo detalhado, você passa a conhecer a fundo as forças e fraquezas de seus concorrentes.

Esse ponto anda lado a lado com o já citado posicionamento de mercado. Ao saber exatamente quais são as brechas deixadas pelos competidores, sua empresa tem mais facilidade para se posicionar e ocupar um espaço na mente dos consumidores.

Contabilidade estratégica

Mais do que evitar problemas, a contabilidade existe para ser utilizada de forma estratégica. Um bom trabalho contábil é aquele que auxilia a companhia a ser mais rentável.

Isso envolve desde a escolha do formato de empresa até questões como importação de matérias-primas e mercadorias. Muitas vezes, estratégias precisam ser formuladas para ampliar a lucratividade, e isso só é possível se as informações certas estiverem nas mãos dos responsáveis.

Planejamento financeiro

É claro que a diligência prévia ajuda a evitar uma série de problemas financeiros. No entanto, ela vai além. Ao contar com dados aprofundados, os gestores da área podem planejar o futuro.

Para manter o sucesso no longo prazo, uma empresa precisa traçar planos em relação ao fluxo de caixa, capital de giro, gestão de compras, estoque etc. Todas essas tarefas se tornam bastante complexas se as informações necessárias não estiverem disponíveis — e muito mais simples quando existe um relatório claro.

Captação de investimentos

Ainda dentro das finanças, a empresa também tem como benefício a maior facilidade para captar investimentos. Pense bem: quem aplica dinheiro em um negócio sempre quer conhecer exatamente a situação atual da companhia.

O que a Due Diligence faz é justamente fornecer uma análise detalhada de toda a operação, incluindo possíveis ameaças e fraquezas. Aliás, essa é uma das maiores vantagens da diligência prévia: ela permite prever diversas situações de risco. Para quem investe, é muito melhor ter essas informações em mãos do que ouvir os sócios dizerem que o negócio é perfeito (sabendo que isso é bastante improvável).

Como funciona uma diligência prévia?

Primeiramente, é preciso compreender que Due Diligence não é auditoria. Na verdade, é muito mais que isso! O principal objetivo de uma auditoria é verificar se as demonstrações contábeis refletem as mutações patrimoniais da empresa.

Já a diligência prévia busca fornecer aos gestores um melhor entendimento sobre riscos e oportunidades mediante a análise histórica da empresa, estudada sob múltiplas perspectivas. Perceba que os objetivos e métodos são bastante distintos.

Com essa questão devidamente esclarecida, podemos passar para o funcionamento da diligência. Na prática, um bom processo de Due Diligence deve ser dividido nas seguintes etapas:

  1. mapeamento das operações contábeis e financeiras da empresa;
  2. verificação de litígios e pendências judiciais e se essas contingências estão devidamente provisionadas;
  3. avaliação da posição da empresa no mercado — reputação e vínculos políticos;
  4. análise de gestão de riscos e oportunidades.

A Due Diligence ainda pode passar por análises contábil, financeira, trabalhista, previdenciária, comercial, legal, operacional, ambiental, tecnológica, de RH, atuarial e anticorrupção.

Que empresas precisam passar por esse processo?

Muitos gestores acreditam que esse processo de investigação deve ser feito apenas por grandes corporações — especialmente em casos de fusões. Mas eles estão enganados! A diligência prévia não só pode como deve ser feita periodicamente por empresas de todos os portes no intuito de diagnosticar eventuais falhas, desalinhamentos legais e até fraudes, fazendo uma análise preventiva.

Também é preciso ressaltar que esse processo aprofundado de averiguação mantém a empresa sempre pronta para receber aportes de investidores-anjo ou parcerias de gigantes do mercado.

Como garantir um bom processo de Due Diligence?

Além das quatro etapas de um bom processo de Due Diligence listadas anteriormente, existem outras práticas importantes que devem ser observadas ao longo do processo. Para evitar erros, preparamos o checklist a seguir:

  • programe o processo com antecedência para evitar momentos de pico (ex.: períodos de fechamento das demonstrações financeiras);
  • defina de antemão quais setores da empresa serão estudados;
  • eleja um ou dois colaboradores responsáveis por auxiliar o consultor durante a diligência prévia;
  • mantenha uma relação saudável com os colaboradores encarregados de entregar documentos e informações, esclarecendo que esse processo ajudará a empresa;
  • solicite as informações necessárias com antecedência;
  • certifique-se de que o consultor está focando informações relevantes, isto é, dados que impactem o resultado do estudo;
  • se necessário, organize pequenas reuniões entre o consultor e a equipe que está cuidando da Due Diligence.

Por que buscar o outsourcing de GRC?

Organizar a forma como a empresa toma decisões, contar com análises de risco e auditorias que reduzam retrabalhos e mitiguem prejuízos, além de uma estrutura de compliance que alinhe os processos corporativos a todos os regulamentos, leis e decretos do setor: temos aqui a chave para o sucesso.

A importância dessa área é tamanha que a maioria dos grandes players do mercado já recorre ao Business Process Outsourcing (BPO) quando o assunto é Governança, Riscos e Compliance.

As empresas de excelência em GRC contam com equipes multidisciplinares formadas por especialistas em auditoria, análise de riscos e regulação, além de infraestrutura tecnológica voltada especificamente para a gestão de riscos — em um nível muito superior ao que uma organização comum pode prover. Com isso, o negócio pode se dedicar ao que faz de melhor!

Uma análise de reputação de excelência pode salvar a empresa de um colapso financeiro. É fato: a simples homologação de um fornecedor que não tem capacidade para suprir as demandas do seu setor produtivo já é suficiente para macular a imagem da companhia. E não adianta simplesmente verificar certidões, Serasa e CNPJ. Especialistas em diligência prévia analisam a regularidade da empresa de ponta a ponta, vendo inclusive se existem vínculos políticos.

Investiga-se ainda as mídias adversas que a companhia pode ter e a mensuração de sua conduta ética, desde improbidade até trabalho análogo ao escravo e infantil. Análise de eventuais impedimentos pelo Banco Mundial, processos criminais dentro e fora do país e eventual presença em listas internacionais de terrorismo ou narcotráfico também não passam despercebidos por uma avaliação feita por uma empresa especialista em GRC.

Quer que sua empresa receba uma primeira análise com base em Due Diligence? Entre em contato conosco!

Colaborou com a produção deste post Felix Carvalho, head de Compliance da Vexia. Com mais de 25 anos de atuação nos segmentos de auditoria interna, gestão de riscos, compliance e prevenção de perdas, Felix já passou por empresas como Eletropaulo, Brasil Telecom, Oi e Camargo Corrêa. Na Vexia, é responsável, entre outras ações, pela implantação e manutenção de Políticas e Programas de Integridade e Ética.